Ficar em casa é o novo sair. Será uma nova janela de oportunidades para o vinho?
Tendência de socialização em casa redefine hábitos de consumo e abre espaço para o vinho se afirmar como protagonista de momentos informais, íntimos e autênticos.
E se ficar em casa passasse a ser a última moda … de sair? E se o ambiente doméstico se tornasse o centro de diversão? De acordo com um estudo da Studyfinds, 72% dos adultos americanos preferem ficar em casa com amigos em vez de sair para locais de vida noturna. Trata-se de uma tendência recente de quem aprecia poder ouvir melhor as conversas (47%), evitar lugares lotados (47%), controlar o ambiente (42%) e não ter de usar roupa formal (24%). O fator conforto é o mais elevado, com 65% a afirmar que a casa simplesmente se sente melhor para socializar.
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As celebrações de aniversário lideram a lista de eventos preferidos em casa (49%), com jantares em segundo lugar (44%). Noites de cinema (37%), noites de jogos (35%) e festas para assistir a programas de TV (29%) completam as cinco principais escolhas para entretenimento em casa. Apesar de exigir algum planeamento, existe a recompensa de uma experiência mais personalizada e memorável.
O que torna uma noite em casa bem-sucedida? Os inquiridos nomeiam a boa comida e bebidas (72%), as pessoas certas (61%), assentos confortáveis (52%), um espaço limpo e acolhedor (46%), música ou entretenimento de qualidade (38%), como os elementos-chave para o êxito da noitada.
Esta transferência de espaços públicos para espaços privados de socialização indica uma mudança a registar nos hábitos americanos. Podemos estar a assistir a uma transformação duradoura na forma como as pessoas se relacionam, não apenas nos EUA, mas um pouco por todo o lado. E obviamente afetará os negócios que tradicionalmente têm servido como pontos de encontro.
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Se para uns pode representar um fechar de portas, para outros negócios pode ser mais uma oportunidade de abrir novas. Para o vinho esta mudança poderá representar a abertura de novas portas para novas formas de consumo. E para isso, ajustar a comunicação, apontando a esta mais que provável realidade.
Ideias de como o fazer:
Destacar a versatilidade gastronómica dos vinhos ou a sua perfeita integração bem em contextos mais informais. Ou puxar vinhos icónicos para ocasiões de convívio enófilo com comida a condizer.
O packaging pode ter uma palavra a dizer, tanto pelo visual ou design apelativo como pela funcionalidade. Bag-in-box premium, ou formatos mais pequenos (meias garrafas, latas). Combos de vinho + petiscos ou kits “prova em casa” – já conhecidos em pandemia - podem voltar fazer sucesso.
Criar conteúdos sobre harmonizações para jantares em casa, noites de cinema, jogos ou brunches de domingo.
Oferecer playlists, dicas de decoração ou sugestões de ambientes que combinem com o vinho — aproximando o produto de uma experiência completa.
Ligar o emocional com lifestyle ao posicionar o vinho como parte do ritual de bem-estar, da ligação entre amigos e da celebração de pequenos momentos e prazer descomplicado.
A tendência de socializar em casa pode representar uma mudança estrutural nos hábitos de consumo — mais intimista e ligada ao bem-estar. Para o vinho, é uma oportunidade de se posicionar como companheiro ideal destes encontros reforçando o seu papel não só à mesa, mas no centro de uma nova forma de viver o convívio.